segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Roberto Carlos "O Superlativo"


Sem alimentar a mídia com escândalos, como fazia o rei do pop Michael Jackson, nem com as declarações polêmicas dos veteranos que fazem o tipo intelectuais da MPB, Roberto Carlos mantém a tradição de se apresentar com ingressos disputados em casas como o Chevrolet Hall, no Complexo Salgadinho, em Olinda. E continua arregimentando um séquito invejável de fãs. Na estreia do show Roberto Carlos, Orquestra e Coral em Pernambuco, na última sexta-feira, por exemplo, entre milhares de pessoas espalhadas por mesas e camarotes, havia uma paulistana que literalmente tem cadeira cativa nas apresentações do Rei.
A devoção de Dona Laura Gomide começou há 31 anos, no primeiro show a que assistiu, no Anhembi, em São Paulo. Depois de anos sem perder nenhuma apresentação e de ter sido pessoalmente apresentada ao cantor, Dona Laurita, como é chamada pelas amigas, é convidada de honra do rei no Brasil e no exterior. Ao lado dela, na mesa mais VIP do Chevrolet Hall, a também paulistana Mariângela Rodrigues da Costa. "Nos conhecemos em uma das apresentações do Roberto e, depois disso, continuamos nos encontrando - eu, Laurita e Valéria", explica. A Valéria em questão tem o sobrenome Sampaio Lima e mora em Fortaleza, no Ceará. As três viram juntas, ano passado, a estreia da turnê dos 50 anos, em Cachoeiro do Itapemerim, no Espíritio Santo. Com elas também estava o Branca de Neve - apelido do carioca João Roberto, ex-operador de som de Roberto Carlos.

Em outro extremo do Chevrolet Hall, em uma mesa adquirida com - digamos - bem mais suor, um súdito igualmente amoroso: Eronildes Mergulhão, presidente do fã clube Amigos do Rei, disse que muitos outros conhecidos não estavam presentes por causa dos preços "caros" (mesas e camarotes custaram entre R$ 800 e R$ 2,5 mil). Nas mãos de Eronildes, no entanto, um presente daqueles que não têm preço para o mais notório filho de Lady Laura: uma foto rara, tirada nos anos 1960, durante a filmagem do longa Minha sogra é da polícia, dirigido Aloísio de Carvalho estrelado por Roberto. O rei da música brasileira, assim como Michael Jackson, deixou sua marca no audiovisual (RC tem dez longas no currículo) e na moda (imortalizando os terninhos brancos e azuis). Também integrante do Amigos do Rei, a fã Glória Perrier carregava presentes, que tentaria entregar aos integrantes da RC 9, banda que acompanha o rei há décadas.

Sala de estar - Com uma profusão de netos (como Pedro Paulo, que levou a avó Maria Lienita Sangreman Lima), noras e filhas (como a cantora Edilza, que acompanhava a sogra Cremilda Santos e a mãe Aldemice Aires), a casa de shows de Olinda se transformou em um grande salão de estar, um lugar para revisitar memórias e celebrar 50 anos de uma carreira superlativa. Roberto Carlos é o único latino-americano a ter vendido mais de 100 milhões de cópias, mais do que os Beatles e Elvis Presley, e a ter um especial na televisão há 36 anos ininterruptos. Lançou 57 discos em português, outros tantos em espanhol, italiano, inglês e francês. Mas os números não fazem diferença quando Roberto sobe ao palco. O que mantém a majestade está na voz aveludada, à prova da idade, na afinação infalível e na generosidade, com plateia e músicos.

Roberto é um cavalheiro no palco. Com simpatia, transforma o público em coro e também o faz calar nos momentos de uma interpretação mais livre, improvisada. Foi assim em Detalhes, clássico que o rei cantou acompanhado apenas do próprio violão. Antes, abriu o show com Emoções, seguida por Eu te amo, Além do horizonte, Amor perfeito, Cama e mesa. Em Desabafo, revelou que a musa que inspirou a letra foi razão para bem mais que uma "mecha de branco no meu cabelo". Antes de cantar a seguinte, Robertou voltou a falar: "Fiz esta canção há muito tempo, para uma grande amiga e vou cantar sempre, para este amor eterno, minha Lady Laura". Depois, vieram: Nossa Senhora, Mulher pequena, Proposta, O côncavo e o convexo e Cavalgada. Neste momento, Roberto agradeceu a cada um dos seus competentíssimos músicos - com carinho especial ao maesto Eduardo Lages, responsável pela direção musical dos shows e dos discos do Rei.

Feito o justo reconhecimento, veio um pout pourri mais pesado, totalmente Jovem Guarda, com É proibido fumar, Namoradinha de um amigo meu, Quando, E por isso estou aqui e Jovens tardes de domingo. Teve ainda momento de declaração de amor de RC aos fãs em Como é grande o meu amor por você. Não deu outra: as mesas foram esquecidas e o público (em sua maioria feminino) acabou se aglomerando bem junto ao palco. Para acabar, É preciso saber viver e Jesus Cristo - momento escolhido pelo rei para distribuir as 12 dúzias de rosas brancas e vermelhas, além de receber presentes com muita cortesia. Um repertório de 1h40 que infelizmente deixa de fora as obras mais experimentais de Roberto, como O astronauta, por exemplo, mas que certamente foi escolhido para promover um passeio tranquilo e impecavelmente profissional, por muitas emoções.
Fonte: Diario de Pernambuco.com

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